O ESPÍRITO
SANTO ENVIADO DO CÉU PARA RESIDIR NA TERRA – (v.
12)
Pedro continua falando de outra característica do Cristianismo – o
Espírito Santo habitando sobre a Terra, nos santos (Jo 14:16-17). Isso é algo
que não ocorreu até que Cristo ressuscitou dos mortos e ascendeu ao alto como um
Homem glorificado (Jo 7:39). Pedro diz que as coisas concernentes à salvação
das almas dos crentes “vos foram anunciadas por aqueles
que, pelo Espírito Santo enviado do céu vos pregaram o evangelho”. O
Espírito Santo sendo “enviado do céu”
para residir na Terra também era algo novo e diferente na mente judaica. Nos
tempos do Velho Testamento, o Espírito Santo operou na Terra, mas nunca residiu
na Terra. Ele veio “sobre” homens e
os
“moveu” para realizar certos atos para Deus, e então
partiu (Nm 11:25-26; Jz 3:10, 6:34, 11:29, 14:6; 2 Cr 24:20; 2 Pe 1:21, etc.).
Em contraste a isto, no dia de Pentecostes, o Espírito de Deus veio habitar na
Terra, ocupando residência permanente nos santos que compõem a Igreja de Deus
(At 2:1-4, 33, 5:32; Rm 5:5; 1 Co 2:12; Gl 3:2, 14; 1 Ts 4:8; 2 Tm 1:14; Tg
4:5; 1 Jo 3:24). Ao fazer isso, Ele uniu os crentes juntos em “um corpo” a Cristo, a Cabeça no céu (1
Co 12:13). Hoje, em virtude de Sua presença interior,
os crentes são “guiados” (não
movidos, como nos tempos do Velho Testamento) por Ele (Rm 8:14; Gl 5:18), se
estiverem “cheios do Espírito” ( Ef
5:18) e “andarem no Espírito” (Gl
5:16, 25).
A diferença entre o modo
como o Espírito operou nos tempos do Velho Testamento e está agora operando no
Cristianismo pode ser ilustrada na diferença entre um veleiro e um barco a
motor. Um veleiro é movido pela força do vento vindo de fora sobre ele; quando
o vento sopra, o veleiro se move. Ao passo que, um barco a motor tem o poder a
bordo em todos os momentos, e pode ser usado sempre que o operador optar por
acionar o motor.
Assim, o mesmo Espírito que estava “testificando” da salvação da alma nos
escritos proféticos do Velho Testamento, oferece agora um relato completo sobre
ela, e de muitas outras bênçãos Cristãs, devido a Sua
vinda para habitar na Terra (Jo 16:13 – “toda
a verdade”). Ela foi “anunciada”
por aqueles que nos “pregaram o
evangelho” e foi definida com grande clareza nos escritos dos apóstolos.
Conhecemos agora o pleno significado da salvação e, com ela, toda a verdade da
redenção, do perdão eterno, da justificação, da reconciliação etc. (Rm
3:21-5:11). A rejeição do Messias e os consequentes sofrimentos abriram o
caminho para a salvação da alma ser oferecida a todos os que cressem. Pedro
acrescenta: “as coisas
os anjos desejam bem atentar”. Isso ocorre porque os anjos são fascinados pelos caminhos
de Deus em graça para com os pecadores.
Nesta passagem, Pedro
declarou três estágios sucessivos da
revelação da graça na salvação da alma:
- Houve profecias dadas nos
tempos do Velho Testamento sobre a salvação que viria aos santos nos dias de
hoje (vs. 10-11).
- Há o presente testemunho do
Espírito Santo que foi enviado do céu para comunicar aos santos um entendimento
pleno de sua bem-aventurança (v. 12).
- Haverá uma manifestação
pública desta graça na Aparição de Jesus Cristo (v. 13).