Cristo
Desceu ao Hades para Pregar para os Perdidos?
Alguns pensam que esses versículos ensinam que depois da morte de
Cristo, mas antes de ressuscitar dentre os mortos, Ele foi em espírito às
regiões dos condenados para lhes proclamar Sua vitória sobre o pecado na cruz.
Esta ideia é errônea por várias razões: Em
primeiro lugar, a prisão das almas
perdidas é uma condição de “tormento”
(Lc 16:23). Se Cristo foi lá, Ele entrou em um estado de sofrimento! Isso
significa que Ele não apenas sofreu na cruz (v. 18), mas também sofreu entre os
condenados no hades! (v. 19). A Escritura em lugar algum ensina isso.
Segundo, visto que a pregação do “evangelho” sempre anuncia algum tipo
de bênção (1 Pe 4:6), se Cristo fosse à prisão dos condenados para pregar, Ele
deveria estar ali oferecendo algum tipo de bênção àquelas almas perdidas! Que
bênção poderia haver para eles? Isso implica que eles receberiam uma segunda
chance de serem salvos, e se assim fosse, eles não estavam em um estado “fixo” de condenação, no qual a
Escritura ensina que estão todos os perdidos que partiram (Lc 16:26 – JND).
Essa ideia se presta ao erro católico do purgatório – que é possível recuperar
os perdidos que morreram em seus pecados, de sua condição de condenação.
Novamente, a Escritura não ensina tal coisa. A verdade é que o Filho do Homem
tem “na
Terra
autoridade para perdoar pecados”; Ele não tem poder para perdoar os pecados daqueles que passaram
da Terra e estão no hades (Mt 9:6).
Em terceiro lugar, se Cristo realmente entrou nas regiões dos
condenados para pregar àqueles que morreram no dilúvio, deixa-nos a questão de
por que Ele pregaria somente a eles, e não daria aos outros entre os condenados
uma segunda chance de serem salvos também. Isso apresenta Deus como sendo
injusto. Novamente, a Bíblia não ensina isso.
Alguém pode dizer: “Mas Cristo
entrou no hades depois que morreu” (At 2:27). Isso é verdade; mas Ele estava no
“paraíso” (um estado de felicidade)
quando Ele esteve no hades (Lc 23:43). Ele não estava na “prisão” (um estado de tormento). Um olhar cuidadoso nesta passagem
mostra que a pregação que Cristo fez foi “nos
dias de Noé” por meio do Espírito Santo; não foi no intervalo entre Sua
morte e ressurreição. É lamentável que a divisão entre os versículos 19 e 20
separe o ato da pregação de Cristo do
tempo de Sua pregação, e isso levou
alguns à sua ideia errada.