quarta-feira, 1 de maio de 2019

A SENDA NO DESERTO, ONDE FÉ É TESTADA (vs. 6-8)


A SENDA NO DESERTO, ONDE FÉ É TESTADA (vs. 6-8)

        Tendo falado de nossa herança no céu, Pedro continua a falar do nossa senda por este mundo que leva ao nosso destino celestial. Ele diz: Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação [Aparição] de Jesus Cristo. Vemos desta declaração que o caminho do Cristão para o céu é atravessando provações e aflições. É onde nossa fé é verificada e fortalecida por meio das adversidades que encontramos na vida. Essas coisas são necessárias ao desenvolvimento de nosso caráter Cristão. Nosso caminho é semelhante, em princípio, à jornada de Israel pelo deserto. Eles passaram por um deserto, e num ermo solitário cheio de uivos para alcançar sua herança prometida em Canaã (Dt 32:10) e o Cristão também está fazendo uma jornada espiritual por este mundo para sua herança celestial. O propósito dessa experiência tanto para Israel quanto para a Igreja é ensinar-nos a andar com Deus (Dt 8:2-3; 1 Ts 2:12, 4:1). As duas grandes lições do deserto são:
  • Aprender sobre nossa própria insuficiência e, assim, não confiar em nós mesmos.
  • Aprender sobre a total suficiência do Senhor, e nos lançarmos sobre Ele em expressada dependência.

Essas coisas levam uma vida inteira para serem aprendidas. Para esses santos judeus que agora estavam em terreno Cristão, esse era um novo tipo de experiência no deserto.
Em vista de alcançar sua perspectiva celestial, Pedro diz: “Em que vós grandemente vos alegrais”. Este é o estado normal dos Cristãos (Fp 3:1, 4:4; 1 Ts 5:16). Mas visto que todos os que professam fé em Cristo devem ser provados, o Senhor permitiu que esses queridos santos fossem “contristados com várias tentações”. Isso mostra que, enquanto os Cristãos são mantidos guardados pelo poder de Deus, eles não estão sem provações no caminho da fé. O problema com esses crentes era que eles não entendiam porque tinham tais problemas e precisavam de instrução e encorajamento quanto aos caminhos de Deus para com o Seu povo. Assim, Pedro assegurou-lhes que quando uma provação entra na vida de um Cristão, ela é necessária. Existe um sendo necessário”, pois Deus nunca permite que nada toque seus filhos sem uma razão. Uma vez que o Seu caminho é perfeito (Sl 18:30), podemos ter certeza de que Ele não comete erros no que permite em nossas vidas.
A provação específica que esses queridos crentes estavam enfrentando era a perseguição de seus irmãos incrédulos e dos gentios incrédulos. Eles precisavam ter certeza de que o que estavam passando não era por conta de desobediência por deixarem o judaísmo (do que eles estavam sendo acusados), mas por causa de sua obediência à fé Cristã. Assim, a “provação” (ARA) de sua “fé” não foi porque estavam desagradando a Deus. Muito pelo contrário, foi por causa de sua posição fiel por Cristo, e isso, é claro, foi algo com que Deus Se agradou. Na verdade, esse tipo de provação é normal para o Cristianismo. É inevitável porque o mundo odeia a Cristo e, ao nos identificarmos com Ele publicamente, somos levados a sentir o ódio do mundo (Jo 15:18-20).
Pedro lhes diz que a provação que estavam experimentando pelo nome do Senhor foi muito mais preciosa do que o ouro que perece. Deus valorizou muito isso porque um testemunho estava sendo prestado para Cristo neste mundo, e por meio do seu sofrimento algo estava sendo formado neles, que seria usado para a promoção da glória de Cristo em Sua Aparição. Naquele dia, será encontrado pelo Senhor louvor, e honra, e glória. Deus usará os santos para refletir a glória de Cristo no dia de Sua manifestação pública e em Seu reino (2 Ts 1:10; Ap 21:11). Eles não serão objeto de louvor, honra e glória; “todo o olho” estará em Cristo – Ele será o centro das atenções e receberá todo o louvor (Ap 1:7). F. B. Hole disse: “Muitos confessos corajosos, sofrendo ardentes provas – talvez até a morte – podem ter sido tentados a pensar que a sua luz estava sendo extinta e que tudo estava perdido. O apóstolo diz-lhes que, pelo contrário, tudo seria descoberto naquele dia. Cristo sendo revelado em Sua glória, tudo para Seu louvor e honra virá para a luz e será manifestado” (Epistles, vol. 3, pág. 100).
Lembremo-nos, então, de que toda prova pela qual passamos é designada por Deus e extremamente preciosa para o Seu coração. O Senhor passa por ela conosco em divina compaixão e sente nossa aflição (Is 63:9). Saber isso deve ter sido um conforto para esses santos sofredores, e também deveria ser um consolo para nós quando formos chamados a passar por ardentes provas de fogo desse tipo.
V. 8 – Pedro continua falando de uma segunda grande coisa que a provação produz nos santos – o Senhor Se torna mais precioso para nossos corações. Ele diz: Ao qual, não o havendo visto, amais. Quando passamos por uma provação, embora não possamos ver o Senhor, Ele Se aproxima e nos faz conhecer a Sua presença de uma maneira muito real (Is 43:2). Isso é extremamente precioso e reconfortante para nós e, como resultado, nosso amor e afeição por Ele se aprofundam. Portanto, essas experiências, embora dolorosas, são necessárias para o aumento de nossa afeição pelo Senhor.
Pedro acrescenta uma terceira coisa que resulta do fato de os santos passarem por provações com o Senhor – eles experimentam um gozo inexplicável que dá um testemunho brilhante e glorioso para todos em redor. Ele diz: a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo indizível e cheio de glória (v. 8 – TB). Assim, há um gozo que o crente experimenta no tempo da provação (se ele a atravessar em comunhão com o Senhor) na qual certa “glória” irradia dele (1 Pd 4:14). É algo que o talvez o crente nem tenha consciência no momento, mas isso, no entanto, prestará um poderoso testemunho àqueles que veem o crente sofrendo dessa maneira. Isso mostra que o gozo Cristão não depende das circunstâncias terrenas.
Em resumo, Pedro nos deu três efeitos positivos das provações quando são recebidas de Deus, com um espírito correto:
  • Elas trarão louvor, e honra, e glória ao Senhor no dia de Sua manifestação pública (v. 7).
  • Elas aprofundam o afeto do santo (“amor”) para com o Senhor, e isso se traduz em um relacionamento mais íntimo com Ele (v. 8a).
  • Elas produzem gozo inefável nos santos, o que resulta em um testemunho de manifestada “glória” para todos em redor (v. 8b).


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