sábado, 6 de abril de 2019

A TRINDADE


A TRINDADE

              No início, Pedro toca na principal característica do Cristianismo – a Trindade. Ele menciona “o Pai”, “o Espírito” e “Jesus Cristo” como três Pessoas distintas na Divindade que estavam envolvidas em salvação deles (v. 2). Tendo sido iluminados pelo evangelho, esses crentes já teriam conhecido e crido nesta grande verdade; não obstante, Pedro aqui reforça isso como parte integrante da revelação Cristã da verdade.
A Divindade consistindo de três Pessoas distintas era algo novo em relação ao que um judeu conhecia de Deus. A partir de escrituras como Deuteronômio 6:4, os judeus acreditavam que Deus era “uma” Pessoa, conhecida por eles como “Jeová”. Não é que a verdade da Trindade contradiga o que Deus revelou de Si mesmo nos tempos do Velho Testamento; é simplesmente o resultado de Deus colocando-Se na luz e tendo agora dado uma revelação completa de Si mesmo. Nos tempos do Velho Testamento, Deus habitava em trevas espessas” (1 Rs 8:12) e, portanto, os santos naqueles dias tinham apenas uma revelação parcial d’Ele. Mas Ele agora Se colocou “na luz” (1 Jo 1:7), e uma vez que vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia (1 Jo 2:8), temos uma revelação superior de Deus como sendo: “o Pai”, “o Filho” e “o Espírito Santo” (Mt 28:19). Assim, houve uma revelação progressiva da verdade nas Escrituras sobre a natureza e unidade da Divindade.
Como mencionado, a revelação da Trindade não contradiz nem nega o que era conhecido de Deus no judaísmo. Por exemplo, a palavra “único” em Deuteronômio 6:4 está no plural no texto hebraico. Ela literalmente significa “consistindo de muitas partes, mas como uma”. É usado similarmente em Gênesis 11:6: Eis que o povo é um....”. Além disso, a palavra usual hebraica para “Deus” em todo o Velho Testamento é “Elohim”, que também é plural. Isso explica por que Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança (Gn 1:26; 3:22; 11:7). “Criador”, em Eclesiastes 12:1, também é plural. Assim, as Escrituras do Velho Testamento admitem que Deus seja mais do que uma Pessoa (Is 48:16, etc.), mas a verdade da Trindade não foi revelada naqueles tempos. Não foi sabido que existem diferentes Pessoas na Divindade (Jo 1:1) até que Cristo veio e “revelou” o Pai como sendo uma Pessoa distinta de Si mesmo (Jo 1:18 – ARA).
Pedro então traça uma série de eventos em que as três Pessoas da Divindade agiram na salvação desses santos judeus. Os eventos começam com a graça de Deus elegendo na eternidade passada e termina com o coração e a consciência do crente sendo purificados pela apropriação em fé do sangue de Cristo. Essa progressão da ação divina é verdadeira na história de todo Cristão, seja ele salvo de entre os gentios ou de entre os que estão no judaísmo.

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