terça-feira, 2 de junho de 2020

Tendo as Qualidades Morais Necessárias para Viver Fielmente

Vs. 5-11 – A primeira coisa é ter as qualidades morais necessárias para viver fielmente para o Senhor. Ele diz: “Mas, por isso mesmo, usando toda a diligência, em sua fé também tenha virtude, em virtude conhecimento, em conhecimento temperança [controle próprio], em temperança perseverança, em perseverança piedade, em piedade amor fraternal; e em amor fraternal caridade [amor divino] (JND). Assim, há sete qualidades morais que precisamos ter em nossa vida. As versões King James e Almeida Revista e Corrigida diz: “Acrescentai à vossa fé... colocando a preposição “à” [ou ao] antes de cada qualidade moral. Mas isso é enganoso. Esses suplementos ao texto induzem a pensar que essas qualidades morais devam ser acrescentadas uma após a outra em nossa vida em ordem consecutiva. No entanto, o pensamento na passagem é que elas devem ser desenvolvidas juntas. Da mesma forma, os ramos de uma árvore não crescem um após o outro, mas juntos como um todo.

VIRTUDE [CORAGEM ESPIRITUAL] (v. 5)

Virtude refere-se a ter energia espiritual e coragem para permanecer nas convicções de nossa fé. Em um dia em que a tendência geral na profissão Cristã é ir à deriva junto com a corrente das coisas, afastando-se de Deus e da verdade, é de extrema importância que tenhamos esse tipo de convicção e energia para nos impulsionar contra a corrente.

CIÊNCIA [CONHECIMENTO] (v. 5)

Isso tem a ver com ser inteligente na mente e vontade de Deus, em um sentido prático. É bem possível estar cheio de energia e zelo por Deus, mas sem entender os princípios divinos e, consequentemente, agir de maneira errada em certas situações. Assim, também precisamos ser “entendidos na ciência dos tempos para saber o que os santos “devem fazer” nestes dias difíceis (1 Cr 12:32 – AIBB).

TEMPERANÇA [CONTROLE PRÓPRIO] (v. 6)

Naturalmente tendemos a ser criaturas de extremos e, se não formos cuidadosos, nos tornaremos desequilibrados. Portanto, é necessário permanecermos no controle de nossos apetites corporais e de todos os outros propósitos em que possamos nos comprometer (1 Co 9:27).

PERSEVERANÇA [PACIÊNCIA] (v. 6)

Refere-se a resistir nas dificuldades no caminho da fé (2 Tm 2:3). Podemos ter certeza de que haverá resistência do mundo na forma de reprovação e perseguição. Ter essa qualidade moral nos capacitará a lutar ao longo das dificuldades e do desânimo, e a perseverar no caminho (2 Ts 1:4). Uma coisa é começar no caminho Cristão e outra é continuar (2 Tm 3:14). Não há nada como perseguição para separar quem é verdadeiro e quem não é (Mc 4:17).

PIEDADE (v. 6)

A santidade pessoal não deve ser negligenciada e, portanto, é ordenada aos santos aqui. A piedade não é obtida pela passividade; ela vem por meio de exercícios sérios (1 Tm 4:7).

AMOR FRATERNAL (v. 7)

É amor afetuoso com emoção (sentimento) (phileo). Deve ser manifestado aos nossos irmãos no Senhor, mas não ao mundo. Certamente, devemos amar as almas perdidas e alcançá-las com o evangelho (Rm 13:8), mas é para ser como Deus as ama (Jo 3:16) com amor divino (ágape). Se amarmos as pessoas do mundo com amor phileo, podemos ser atraídos para o mundo, pelo nosso afeto por eles.

AMOR DIVINO (v. 7)

Este é o amor ágape. É o amor que emana de uma disposição estabelecida do coração – uma decisão de amar seu objeto, que não envolve emoção ou mérito no objeto. Deus colocou Seu amor divino sobre nós quando não havia nada em nós para amar! (Rm 5:8) Deus ama com ambos os tipos de amor (Jo 3:35, 5:20) e também devemos amar dos dois modos. O amor divino tempera o amor fraterno. Isto é necessário porque se amássemos nossos irmãos apenas com amor fraternal, poderíamos estar inclinados a negligenciar neles certas falhas que precisam ser tratadas e repreendidas.

V. 8 – Pedro conclui dizendo: Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Nota: ele não diz, “Se vós sabeis sobre essas coisas”, mas sim, se em vós houver e abundarem estas coisas. Isso mostra que não é suficiente ter consciência da necessidade dessas qualidades morais em nossa vida; elas precisam ser parte integrante de nosso ser e, como tais, ter formado nosso caráter. Se essas coisas estão conosco apenas de uma maneira superficial, podem ser facilmente colocadas de lado, e esse tem sido o caso com muitos. O resultado dessas coisas sendo parte de nosso ser, é que seremos frutíferos no caminho de fé.
V. 9 – Pedro então adverte: Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Isto mostra que se as características positivas da nova vida não estão sendo desenvolvidas em nós, ficaremos cegos quanto ao nosso próprio estado e perderemos de vista o objetivo de Deus, de ter Cristo manifestado em Seu reino de glória, no mundo vindouro. Isso pode resultar em um triste abandono do caminho. Portanto, se não estamos indo adiante no caminho Cristão, certamente iremos retroceder, porque nosso estado de alma nunca é estático.
V. 10 – Assim sendo, Pedro diz: “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”. Mais uma vez, ele coloca o ônus sobre o crente, em aplicar-se nessas coisas para que não tropece no caminho. Podemos nos perguntar como devemos firmar mais a nossa vocação e eleição, quando elas são tão firmadas quanto poderiam ser. Pois é algo que é totalmente uma prerrogativa de Deus; Ele nos escolheu e nos chamou – e não tivemos nada a ver com isso. No entanto, Pedro não está falando do que é verdadeiro e seguro no coração de Deus, mas do que deve se manifestar em nossa vida pessoal ao andarmos com o Senhor. Provamos e confirmamos que somos Seus eleitos, manifestando as características morais das quais Pedro tem falado, e por produzirmos frutos para Deus em nossa vida. Essas coisas são evidências inconfundíveis de nosso chamado e eleição.
V. 11 – O grande resultado é: Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Assim, num dia vindouro, Deus compensará a devoção dos santos a Cristo, e seu serviço para Seu nome, e isso será manifestado diante de um mundo maravilhoso (2 Ts 1:10; Ef 1:12). Muitos têm pensado que este versículo está se referindo à nossa entrada no céu quando o Senhor vier (o Arrebatamento). Isso significaria que alguns dos santos teriam uma entrada maior do que outros na casa do Pai, devido à sua fidelidade na Terra. No entanto, isso não é verdade. A responsabilidade dos santos não é levada em conta no momento da vinda do Senhor para nos levar para o céu (o Arrebatamento); todos nós teremos então uma recepção igualmente grandiosa e feliz. A questão da fidelidade dos santos (ou falta dela) será levada em conta mais tarde no tribunal de Cristo, e os resultados serão manifestados diante do mundo na Aparição de Cristo e durante o Seu reino milenar (Mt 24:45- 47; Lc 19:15-19). É a isto que Pedro está se referindo neste versículo. Ele não está falando da nossa entrada no céu, mas da nossa entrada no lado público do “reino eterno”, que será quando sairmos do céu com Cristo na Sua Aparição (1 Ts 3:13, 4:14; 2 Ts 1:10, Jd 14, Ap 19:14, etc.).
F. B. Hole disse: “O reino eterno não é o céu. Ninguém ganha o céu como resultado de diligência ou frutificação; nem alguns ganham uma entrada ampla e outros uma entrada estreita. Não há entrada no céu senão por meio da obra de Cristo – uma obra perfeita e disponível para todos os que creem – então todos os que entram, entram da mesma maneira e na mesma base, sem distinção. O reino eterno será estabelecido quando Jesus vier novamente, e em conexão com ele, as recompensas serão dadas como a parábola de Lucas 19:12-27 nos ensina. Haverá, consequentemente, grandes diferenças quanto aos lugares que os crentes ocuparão no reino, e nossa entrada nele pode ser abundante ou o contrário. Tudo dependerá de nossa diligência e fidelidade. A lembrança disso certamente nos estimulará ao zelo e à devoção” (Epistles, vol. 3, págs. 127-128).
Os resultados positivos de termos essas coisas morais em nossa vida são:
  • Seremos frutíferos em nossa vida Cristã (v. 8).
  • Seremos preservados de tropeçar no caminho (v. 10).
  • Teremos uma entrada ampla no reino (v. 11).

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