terça-feira, 2 de junho de 2020

Mantendo o Fim Glorioso de Deus diante de Nossa Alma

Vs. 15-21 – A terceira coisa necessária para a preservação no caminho é ter nossos olhos fixos no fim glorioso de Deus – que é ter Cristo manifestado publicamente na glória de Seu reino no mundo vindouro (o Milênio). Para assegurar aos santos que este grande fim será alcançado nos caminhos de Deus, Pedro nos indica o que aconteceu no Monte da Transfiguração. Ele diz: Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas: mas nós mesmos vimos [fomos testemunhas oculares – TB] a Sua majestade. Porquanto Ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória Lhe foi dirigida a seguinte voz: ‘Este é o Meu Filho amado, em Quem Me tenho comprazido’, E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com Ele no monte santo”. Aos apóstolos (Pedro, Tiago e João) foi dada uma prévia da glória do reino vindouro de Cristo (Mt 17:1-9). Ela foi a confirmação de Deus e garantia de que Seu fim definitivo seria alcançado em Cristo sendo publicamente glorificado no mundo vindouro.
Tendo sido verdadeiras “testemunhas oculares” do evento, os apóstolos nos “fizeram saber” a certeza disso e seu significado. Pedro nos assegura de que o que eles viram não era um sonho, nem um esquema bem pensado que eles haviam “artificialmente composto” – era uma realidade divina. Assim, temos prova viva no testemunho dos apóstolos que Deus coroará Cristo publicamente como Rei sobre toda a Terra” (Zc 14:9) e que Ele reinará como tal na glória do reino milenar. Muitos Cristãos não olham muito além do Arrebatamento, pensando que ele é a realização do propósito de Deus. Ele marcará o fim da história da Igreja na Terra, mas o grande fim de Deus tem a ver com a manifestação de Cristo na glória de Seu reino em duas grandes esferas – no céu e na Terra (Ef 1:10). É verdade que seremos chamados ao céu no Arrebatamento (1 Ts 4:15-18) e seremos glorificados juntamente com Cristo naquele tempo (Rm 8:17; Fp 3:21), mas Pedro não se atém aqui sobre esse lado das coisas.
Vs. 19-21 – O que eles viram no monte confirmou a Palavra profética no Velho Testamento. Pedro diz: E temos também a palavra profética confirmada, à qual bem fazeis, em estar atentos (como a uma luz que alumia em lugar escuro), até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”. (tradução da Synopsis of the Books of the Bible, Loizeaux edition, pág. 473 – nota de rodapé, de J. N. Darby.) Os profetas do Velho Testamento escreveram sobre aquele dia, mas os apóstolos o viram com os próprios olhos! Existe uma diferença; as Escrituras proféticas falam da glória terrena de Cristo naquele dia, enquanto o Monte da Transfiguração fala da glória celestial de Cristo. Esses dois testemunhos não se contradizem; ao contrário, eles se complementam, pois Cristo terá glória em ambas as esferas. A versão King James do versículo 19 sugere que a Palavra profética foi tornada “mais certa” pela experiência que os apóstolos tiveram no monte, mas aquelas Escrituras proféticas não poderiam se tornar mais certas do que eram; elas são a Palavra inspirada de Deus! O que Pedro está dizendo é simplesmente que a cena no monte coincide e confirma o que as Escrituras do Velho Testamento têm afirmado.
Ele diz que “bem fazeis” em “estar atentos” a tais passagens da Escritura. Esta foi uma exortação necessária para esses judeus crentes, porque eles podem ter sido tentados a negligenciar as Escrituras do Velho Testamento depois que se converteram ao Cristianismo. Em sua mente, essas coisas pertenciam à sua antiga vida como judeus e, portanto, não tinham aplicação real para eles agora. Pedro aborda essa ideia equivocada e explica que aquelas profecias do Velho Testamento são de grande valor prático para os Cristãos, e faríamos bem em atentar à sua mensagem. Essas passagens da Escritura são como uma luz que alumia em lugar escuro” – este mundo. Elas apresentam os padrões morais imutáveis de Deus para o homem; aprendemos com elas que enquanto a moral do homem muda e decai com os tempos, a moral de Deus não muda. A Palavra profética coloca diante do crente a esperança deste mundo ser endireitado quando Cristo reinar. Naquele tempo, haverá uma “regeneração” da vida moral na Terra, e tudo será ordenado de acordo com a mente e a vontade de Deus (Mt 19:28).
Assim, ocupar-se com as Escrituras proféticas faz com que o “dia” milenar “amanheça” em nosso “coração” antes do tempo, o qual amanhecerá neste mundo na Aparição de Cristo. Os santos cujo coração está fixados na glória do reino vindouro de Cristo “amam a Sua vinda [aparição – JND] (2 Tm 4:8), porque é o tempo em que Ele será abertamente justificado neste mundo onde foi envergonhado. E, se tivermos sido iluminados na presente verdade (v. 12), “a Estrela da Alva” surgirá em nosso coração. Isso se refere à esperança iminente da vinda do Senhor para nos levar para o céu no Arrebatamento (Ap 22:16). Ela surge em nosso coração, no sentido de que se torna uma coisa iminente para nós, porque sabemos que a estrela da Alva aparece no horizonte antes do Sol nascer e de começar um novo dia. Então, Cristo virá para Seus santos no Arrebatamento antes que Ele venha com Seus santos na Sua Aparição, para trazer o dia milenar. Se a Aparição de Cristo para endireitar o mundo está prestes a acontecer (Ap 1:1), então o Arrebatamento está ainda mais próximo! Esta é a “bem-aventurada esperança” do Cristão (Tt 2:13).
Quando estas duas coisas são percebidas em nossa alma, elas causarão um impacto em nossa vida. O efeito imediato do “dia” amanhecendo em nosso coração nos livra deste mundo. Percebemos que não há sentido em colocar nossa energia em construir algo para nós mesmos aqui neste mundo, quando todo esse sistema está prestes a ser julgado por Deus. O efeito imediato da “Estrela da Alva” surgindo em nosso coração é o despertar em nós de afeições nupciais para com nosso Noivo celestial e o desejo de estar com Ele; e também gera em nós uma preocupação genuína de alcançar os perdidos com o evangelho (Ap 22:17). Assim, não há nada tão refrescante e espiritualmente saudável do que ter nosso coração fixado naquela futura cena de glória quando Deus publicamente exaltará Seu Filho.
Vs. 20-21 – Levando este assunto a um encerramento, Pedro dá uma palavra de cautela quanto a lidar com as Escrituras proféticas. Ele diz: Sabendo primeiramente isto: que [o escopo de – JND] nenhuma profecia da Escritura é [obtido – JND] de particular interpretação [dela – JND]. Porque a profecia nunca foi produzida [proferida – JND] por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo [sob o poder do – JND] Espírito Santo”. Ao dizer: nenhuma profecia da Escritura é de interpretação privada(KJV), ele quer dizer que nenhuma passagem tem sua própria interpretação isolada. Por isso, ao interpretar a Palavra profética, devemos ter em mente que nenhuma passagem pode ser totalmente entendida sem que o restante da Escritura dê suporte a essa interpretação. Este é um grande princípio orientador para a correta interpretação da Bíblia. A nota de rodapé da tradução J. N. Darby no versículo 20 declara: “Poderíamos quase dizer ‘nenhuma profecia explica a si mesma’”. Portanto, devemos ter a luz de todas as Escrituras lançadas em qualquer passagem para entender corretamente o alcance completo de seu significado. F. B. Hole disse: “É uma advertência contra tratar-se cada enunciado profético como se fosse por si só, uma espécie de frase autônoma a ser interpretada à parte da massa do ensino profético. Toda profecia está conectada e inter-relacionada e deve ser entendida somente em conexão com o todo” (Epistles, vol. 3, pág. 131)
Essa “regra de ouro” da interpretação da Bíblia é de suma importância; ela nos libertará do erro. Apesar desta advertência, os cultos na Cristandade são notórios por isolarem passagens da Escritura na Palavra de Deus e construírem doutrinas espúrias a partir de suas ideias erradas. Pedro nos lembra de que os profetas não escreveram as Escrituras dessa maneira – isto é, por vontade de homem”. Sendo “movidos pelo Espírito Santo” sob inspiração (2 Tm 3:16), eles escreveram as Escrituras de tal forma que tudo se encaixa como um todo harmonioso – nenhuma passagem contradiz outra (Jo 10:35). Isso é notável porque muitos daqueles homens que Deus usou viviam em lugares diferentes e a vida deles estava separada por centenas de anos no tempo; eles não poderiam ter consultado um ao outro para garantir consistência. Havia muitos escritores, mas apenas um Autor – o próprio Deus. Ocasionalmente, Deus usaria homens profanos para comunicar uma palavra profética – como Balaão (Nm 22-24) e Caifás (Jo 11:49-52) – mas Ele usaria apenas “homens santos” para escrever as Escrituras. Visto que as Escrituras são divinamente inspiradas por Deus, podemos esperar com a mais completa certeza, que as futuras glórias de Cristo, que aquelas profecias do Velho Testamento previram, certamente virão a acontecer.
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