terça-feira, 2 de junho de 2020

O Dia de Deus

Vs. 12-13 – Pedro continua: Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra, em que habita a justiça. Saber que estas coisas estão vindo, não deveria produzir prostração em nós, mas uma ardente expectativa por essas coisas. Sua lógica é simples e pungente; se vai haver uma destruição de tudo o que é material, devemos estar vivendo para coisas espirituais que são eternas, em vez de coisas presentes que vão passar.
“O Dia de Deus” é o Estado Eterno, que segue o Milênio. Existem apenas três lugares na Escritura onde o Estado Eterno é descrito – 1 Co 15:24-28; 2 Pe 3:12-13; Ap 21:1-8. Além de ser chamado de Dia de Deus, também é chamado de “Dia da Eternidade” (v. 18) e “séculos dos séculos” (Gl 1:5 – TB; Ef 3:21; Fp 4:20; 1 Tm 1:17, 2 Tm 4:18, Hb 1:8, 13:21; 1 Pe 4:11, 5:11; Ap 1:6, 18, 4:9-10, 5:13, 7:12, 10:6, 11:15, 15:7, 19:3, 20:10, 22:5). Este dia eterno é uma das três coisas futuras pelas quais devemos estar “aguardando”:
  • A “bem aventurada esperança” – o Arrebatamento (Tt 2:13a).
  • O “aparecimento da glória” de Cristo (Tt 2:13b).
  • O “dia de Deus” (2 Pe 3:12).
Pedro diz que não devemos estar apenas “aguardando” por aquele dia eterno com ardente expectativa, mas também devemos estar “apressando a vinda do Dia de Deus”!(ARA) O que isto significa? De que maneira podemos apressar a vinda daquele dia? Teólogos Reformados (Pacto) nos dizem que isso significa que precisamos nos ocupar com o trabalho evangelístico e converter o mundo a Deus, pois o Senhor não virá até que isso seja feito. Ao sermos tão engajados, “aceleramos” (NIV) a Sua vinda e a realização de Seus propósitos. Mas isso não é verdade; o tempo de Sua chegada está definido no horário perfeito de Deus, não podemos apressá-la. Além disso, os versículos 12-13 não estão falando da promessa da vinda do Senhor como esses teólogos imaginam, mas da “promessa” da vinda do Dia de Deus – o Estado Eterno. Não é que podemos fazer sua hora chegar mais depressa do que Deus ordenou, mas se vivêssemos moral e espiritualmente como se estivéssemos agora naquele dia, quanto à nossa experiência, o traríamos para mais perto de nós pessoalmente.
A frase “novos céus e nova Terra” é emprestada de Isaías 65:17, 66:23, mas aqui está se referindo ao reino milenar de Cristo. Isso pode ser visto no fato de que o pecado e a morte são vistos naquelas passagens como estando ainda presentes. Em Isaías, a expressão é usada figurativamente para descrever a nova ordem moral da vida que se fará cumprir por meio da justiça reinando naquele dia (Is 32:1, 61:11). O Senhor Se referiu a ela como “a regeneração” (Mt 19:28). Aqui, em 2 Pedro 3, o termo envolve não apenas uma nova ordem moral (que deveria ser exibida pelos Cristãos agora – Tt 3:5), mas também uma nova criação física dos céus e da Terra.
Pedro acrescenta: “em que habita a justiça”. Hoje, no tempo da ausência de Cristo, a justiça sofre porque o pecado é abundante em toda parte. A graça reina por meio da justiça no coração do crente (Rm 5:21), mas publicamente, em todos os aspectos da vida no mundo, a justiça sofre. Mas quando Cristo aparecer e julgar este mundo em justiça (At 17:31), Ele estabelecerá Seu reino milenar onde reinará a justiça (Is 32:1). O pecado ainda existirá na criação, mas será subjugado. Se e quando o pecado for manifestado, será julgado (Sl 101). Quando o Dia de Deus (o Estado Eterno) for introduzido, a justiça habitará em perfeito repouso, pois o pecado e a morte serão erradicados (1 Co 15:26; Ap 21:4). Não haverá necessidade de impor justiça naquele dia porque tudo será ordenado de acordo com a mente de Deus.
Vs. 14-15a – Pedro então se dirige à nossa vida exterior diante do mundo em vista de compartilhar o evangelho com os perdidos. Ele diz: Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que d’Ele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor. Vemos desta declaração que é importante que nossa vida esteja corretamente ordenada diante do mundo, se esperamos que eles recebam o que dizemos a respeito de sermos salvos. A obra do evangelho sem uma vida que apoie o que dizemos perderá poder e sinceridade. Devemos, portanto, primeiro viver em “paz” com nosso próximo (sem comprometer os princípios Cristãos) e sermos achados imaculados e irrepreensíveis diante deles. Quando esse é o caso, podemos usar nosso tempo proveitosamente ao compartilharmos o evangelho, e isso pode resultar na “salvação” deles. Assim, a demora da vinda do Senhor e da vinda do Dia de Deus, se corretamente entendidas, não torna os crentes descuidados, mas os motiva para a vida piedosa (v. 11), a expectativa sincera (vs. 12-13) e o serviço diligente (vs. 14-15a).

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