terça-feira, 2 de junho de 2020

A Importância das Epístolas de Paulo

Vs. 15b-16 – Ao encerrar a epístola, Pedro aproveita a oportunidade para endossar as epístolas de Paulo e encorajar os santos a recebê-las. Ele diz: Como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos [ignorantes – JND] e inconstantes [mal estabelecidos – JND] torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. É afável ver Pedro chamando carinhosamente Paulo de “amado”. Depois da repreensão pública de Paulo a Pedro em Antioquia (Gl 2:11-21), Pedro poderia muito bem nutrir sentimentos de ressentimento em relação a ele, mas isso mostra que esse não era o caso. Pedro então diz aos santos que as coisas que ele lhes ensinou foram “também” ensinadas por Paulo em “suas epístolas”. Isso mostra que o ministério deles é complementar. Assim, as coisas que Pedro havia escrito em suas epístolas não eram uma opinião particular sua.
Pedro também faz referência a Paulo ter “escrito” uma epístola aos santos judeus. A maioria, se não todos, dos que ensinam sobre a Bíblia de forma confiável dizem que isso é uma alusão à epístola aos Hebreus. Pode ser perguntado se já que Paulo é o escritor dessa epístola, por que ele não se apresentou em sua forma normal como um apóstolo, como faz em suas outras epístolas? Há pelo menos três razões pelas quais não o fez: Primeiro, porque o apostolado de Paulo era exclusivamente para o seu trabalho entre os gentios (Rm 11:13, 15:16; Gl 2:8). Ele não tinha autoridade para se dirigir a seus compatriotas como apóstolo. Isso não significa que Paulo não pudesse se dirigir a seus irmãos judeus; é apenas que ele não poderia fazê-lo com autoridade apostólica; portanto, seu apostolado não é mencionado. Uma segunda razão pela qual ele não mencionou seu apostolado foi porque o encargo do Espírito de Deus em Hebreus é apresentar a Cristo como o Grande “Apóstolo” de nossa confissão (Hb 3:1). Paulo mencionar seu apostolado poderia tê-los distraído a esse respeito. Ele queria que seus leitores entendessem que a mensagem na epístola vinha de Alguém que era um Apóstolo muito maior do que ele próprio (caps. 1:2, 12:24-25). Paulo, portanto, alegremente permanece em segundo plano, a fim de trazer Cristo para o primeiro plano de uma forma mais notória. Uma terceira razão é que, se a epístola, que foi escrita aos judeus crentes, caísse nas mãos de judeus incrédulos, e esses soubessem que seu autor era Paulo, eles nunca a teriam recebido. Eles teriam descartado tudo imediatamente porque o viam como um renegado do judaísmo.
Pedro reconhece que para uma pessoa vinda de um contexto judaico, a doutrina de Paulo (especialmente seu ensinamento dispensacionalista) seria “difícil de entender” – não no sentido de abraçar intelectualmente o que ensinava, mas de aceitar que ela vinha verdadeiramente de Deus. A verdade a respeito de Deus colocar Israel temporariamente de lado por causa da rejeição do Messias por parte dos judeus (Mi 5:1-3, etc.), e, um consequente alcance para com os gentios por meio do evangelho, para levá-los a uma bênção maior na Igreja, do que jamais fora oferecido a Israel (At 15:14, etc.) era algo difícil de eles acreditarem. Pedro também reconhece que houve um ataque presente à doutrina de Paulo por homens que eram “indoutos [ignorantes – JND] e inconstantes [mal estabelecidos – JND]. Esses ataques só se intensificaram em nossos dias.
Ao falar sobre isso, Pedro coloca as epístolas de Paulo entre “as outras Escrituras”. Isso significa que ele as viu como sendo divinamente inspiradas, e as endossou como tais. Sendo Escritura, os santos devem receber a doutrina de Paulo da mesma maneira que os Bereanos – “de bom grado” (At 17:10-12).

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